São Paulo e Centro-Oeste puxam o mercado do boi gordo e quem pode mantém o gado no pasto, enquanto indústria peleia com a forte escassez de lotes prontos.

Nesta quinta-feira (18/3), os preços do boi gordo voltaram a subir em algumas regiões importantes do País, como nas praças de São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul (veja ao final deste texto as cotações de hoje de machos e fêmeas terminados nos principais polos de pecuária do Brasil).

Segundo apurou a Scot Consultoria, em São Paulo, o preço do boi gordo subiu R$ 2/@ na comparação com quarta-feira (17/3), para R$ 307/@, valor bruto e a prazo. Os bovinos entregues mais jovens, padrão exportação (abatidos antes dos 30 meses), foram comercializados em R$ 315/@, alta de R$ 5 sobre o preço de quarta-feira. As fêmeas seguem com preços firmes na praça paulista. A vaca e a novilha gorda são negociadas em R$ 283/@ e R$ 297/@, respectivamente.

Segundo a IHS Markit, enquanto grande parte das indústrias ainda apresenta cautela nas aquisições de boiadas, os pecuaristas continuam aproveitando as boas condições de pasto para barganhar maiores valores pela arroba.

Nas regiões onde há um número maior de plantas habilitadas para atender ao mercado internacional, a procura por animais terminados é grande, mas os abatedouros ainda se deparam com um quadro de forte escassez de oferta, tanto de machos como de fêmeas. “Esse fator exerce forte pressão altista nos preços, contribuindo para os novos ajustes na arroba, com elevações não apenas do boi-China, mas também de animais voltados ao mercado interno”, relata a IHS.

No entanto, as indústrias frigoríficas que só atuam no mercado interno continuam bastante cautelosas nas ordens de compras de boiadas, visando a proteção de suas margens, que seguem negativas devido à dificuldade em repassar para o restante da cadeia (atacado/varejo) o aumento explosivo dos preços da matéria-prima (boiadas gordas). Na tentativa de resolver o atual problema de custos altos, algumas indústrias promoveram férias coletivas aos funcionários, ou reduziram drasticamente o ritmo de abate em algumas de suas plantas.

“As negociações objetivando o consumo de carne bovina fora do Brasil ainda representam grande parte da liquidez existente hoje no mercado físico do boi gordo”, ressalta a IHS. Entre as principais praças pecuárias do Brasil, destaque para novos níveis de preços em São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, observa a IHS.

No mercado atacadista, o momento é delicado. A procura por reposição de estoque para o final de semana, que geralmente é maior, não atendeu às expetativas. Fatores como o começo da segunda quinzena do mês (quando teoricamente o consumo de proteínas bovina é menor, devido ao menor poder aquisitivo da população) e as medidas de isolamento social vigentes em diversos Estados do Brasil contribuem para uma demanda irregular pelos cortes bovinos.

“Há uma preferência do consumidor por outras proteínas, como aves e suínos”, informa a IHS. Porém, a decisão recente do governo estadual em reduzir o ICMS em São Paulo para as carnes de empresas enquadradas no Simples Nacional (açougues e supermercados) pode dar algum fôlego ao consumo interno, avalia a consultoria.

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